Spoilers, Sweetie! S08E11 – Dark Water

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No qual descobrimos que Mary Poppins é uma menina levada.

Há onze semanas escrevo as críticas dos episódios e agora, às vésperas das minhas férias do fim da temporada, é hora de começar a pensar no arco final. Como cada um vai se comportar naquela que, como diz o Doutor, é “a hora mais escura”. Se ao fim do especial de 50 anos ficamos com a impressão de que o seriado iria começar a focar na busca por Gallifrey, a regeneração colocou um freio nesse plot. Desde Dark Water ficou bastante claro que o tema central dessa temporada seria Identidade, ainda que não pudéssemos prever todas as consequências disso.

Esse Doutor mais velho e cheio das referências aos clássicos apresentou uma fragilidade que ainda não tínhamos visto de forma concreta, mas apenas em momentos pontuais da trajetória do personagem ao longo das encarnações anteriores.  Apesar do humor abrasivo e dos modos terríveis, a metáfora do véu que Vastra constrói no primeiro episódio continua valendo: no entanto, agora sabemos o suficiente sobre o Doutor para nos dar conta de que o “véu” que ele usava para ser aceito, ao menos nos dois últimos avatares – o hipster conquistador e o clown –  agora importa menos porque ele mesmo está descobrindo quem é. “Clara, eu sou um homem bom?”

“Eu vivi por mais de 2000 anos e nem todos foram bons. Cometi vários erros e já é hora de eu fazer algo a respeito”. O Doutor reflexivo vai testar os seus limites ao longo da temporada. A grande surpresa é que sua companion passará por um processo semelhante. Em Amy’s Choice, o décimo primeiro se gaba para Amy e Rory sobre como sempre escolhe bem as pessoas que viajam com  ele na TARDIS. No entanto, quando levadas ao limite, o Doutor aprende que as pessoas podem ser imprevisíveis, que lealdades podem ser questionadas, e que a TARDIS é mesmo a experiência transformadora na vida de uma pessoa, humana ou gallifreyana – manipular o espaço e o tempo tão facilmente assustou o Perkins. Acho que ele tem mais juízo do que todos nós. (Estou especialmente satisfeita pelos eventos de Flatline e a construção armada em In the forest of the Night terem preparado o terreno para a traição da Clara em Dark Water.)

Mas vamos navegar pelas águas escuras do episódio. A cena pré-créditos dá conta da morte imbecil de Danny Pink, que conseguiu ser atropelado em uma rua na qual os carros passam a menos de 20 Km por hora. Eu não sei nem se isso é possível, mas talvez ele tenha encostado no carro, batido a cabeça no meio fio e morrido. De todo jeito, a lição da semana é: crianças, deixem para fazer declarações de amor em casa, olhem para os dois lados antes de atravessar a rua e tentem não se distrair com o celular. Em choque e incapaz de dar conta de uma morte tão trivial, Clara arquiteta um plano para fazer com que o Doutor a ajude.

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O plano envolve jogar todas as chaves extras da TARDIS na Montanha da Perdição  em um vulcão ativo para destrui-las. O Doutor, que não é bobo, apenas deixa que ela estabeleça a cena, para ver até onde ela está disposta a ir. O plano em si não funciona para a cronologia da série, já que desde Forest of the dead o décimo Doutor já é capaz de abrir as portas da TARDIS com um estalar de dedos. No entanto, o número é simbólico: as sete cópias muito provavelmente representam os principais aliados que passaram pelo Doutor desde que a nova era começou, em 2005. (Rose, Martha, Donna, Amy, Rory, River, Clara). “O tempo pode ser reescrito”, diz Clara, mesmo que o Doutor a ameace com loops impossíveis (até parece, Moffat os adora) e pontos fixos no tempo. Quando é tarde demais para salvar alguém? Como o pai da Rose, ou Amy e Rory.

Quando Clara percebe que foi longe demais, ainda assim ela sustenta sua opção: “eu sinto muito, mas faria tudo de novo”. A escolha que Amy teve de fazer em Amy’s Choice é foi similar: o Doutor ficou em segundo plano, outra vez. No entanto, já de volta do delírio ao conhecido cenário da TARDIS, Clara se dá conta de que não pode mais pedir nada ao Doutor após aquela traição. No entanto o Doutor a surpeende: “Você acha que eu me importo tão pouco com você que a sua traição faria alguma diferença?”

O Doutor e a Clara então vão procurar Danny e encontram o mundo subterrâneo,  a “Nethersphere”. Aparentemente o inferno é comandado por uma corporação (quem diria?) chamada 3W. Enquanto investigam o Mausoléu, eles dão de cara com a Missy pela primeira vez e ela é… amigável. Até demais. A cena em que ela encurrala o Doutor na parede e entrega o pacote de boas vindas é engraçada, mas também meio previsível nesse jeito Moffat de escrever mulheres badass que adoram sensualizar com o Doutor (River Song, Tasha Lem, The Mistress). Mas vamos adiante. Missy se faz passar por um androide, em uma cena muito, muito absurda. Ali você vê que não basta ser má e excêntrica: a mulher é lou-ca. Mas o quando o Doutor coloca as mãos no peito da “androide”, recua, meio apavorado. Ali a gente consegue entender que  o que o Doutor sentiu – mesmo que não consiga verbalizar – foi a batida de dois corações. A Missy é uma Senhora do Tempo. Mas qual?

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Segue para a cena dos esqueletos nos tanques, a explicação sobre a Dark Water, uma água Raio x, que o Doutor Chang explicando a “descoberta” que o idealizador da 3W levou para o mundo: a mente ficaria ligada ao corpo mesmo após a morte. 3w significariam três palavras terríveis que foram descobertas quando amplificado o ruído branco da TV (que ótimo, mais uma coisa para se ter medo agora, Moffs): DON’T CREMATE ME.

Enquanto isso, no ~além~, Seb recebe Danny dando uma de São Pedro e pedindo uma lista de pecados. “Você foi soldado. Você matou alguém?” É então que descobrimos, através de um flashback, que Danny acidentalmente matou uma criança, que pede para vê-lo e vai embora correndo de medo. Isso dispara o gatilho da culpa em Danny, mas não é o suficiente para dobrá-lo. Então, por conta da maravilhosa tecnologia dos Ipads (nada como ter um defunto famoso como Steve Jobs ao seu alcance), Danny recebe uma ligação da Clara. Advertida pelo Doutor, ela não pode confiar na voz que fala com ela de cara. E sabendo que ela fará qualquer coisa para ficar com ele, Danny não dá provas de que ele é real – confesso que aquele “eu te amo” como forma de desencoraja-la mas, ao mesmo tempo, sendo sincero, mexeu comigo. ❤

A coisa toda é uma fachada. O mundo dos mortos é tecnologia gallifreyana. O golpe é pegar consciências no limiar da vida, preservá-las, oferecer alguma experiência traumática e dolorosa para elas e, logo em seguida, uma forma de se livrar de toda a dor: a opção de apertar um botão que vai livrar o indivíduo em questão de todas as suas emoções. Ou seja: quando BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS encontra Doctor Who o resultado são Cybermen. Que plot assustador.

 
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O Doutor sai loucaço da Catedral de St Paul para avisar a população sobre os perigos de robôs marchando rua abaixo e ninguém se importa. A Missy diz que seu nome é uma apelido carinho para Mistress, já que ela não podia mais ser chamada de Master. O gender swap do personagem me soou agradável, ainda que um pouco condescendente. Sabemos que o Moffat não curte muito a possibilidade de haver uma Doutora  e, para se defender, faz o discurso mimimi de que escalaria uma atriz para o papel apenas por razões estéticas, jamais pelo politicamente correto. Para combater esse argumento basta dizer que a Helen Mirren já mandou a letra mais de uma vez sobre como adoraria pegar o papel. E se você não consegue incluir na sua “razão estética” o fato de que PQP, A HELEN MIRREN ESTÁ SE CANDIDATANDO AO PAPEL, olha, tem algum problema aí.

No fim das contas, é sempre aquele anticlimax de episódio de duas partes: a primeira parece se arrastar, e armar o jogo para o que há de vir. Agora é torcer por uma segunda parte que amarre as pontas soltas da temporada, e nos deixar ansiosos para o natal.

 

Questões, questões e mais questões

– Eu tô meio confusa. Do que exatamente você precisa para construir um Cybermen? Corpos frescos e um fragmento de consciência aprisionado? Porque a Missy diz ao Doutor que o plano é perfeito porque há muito mais mortos do que vivos. Vale corpos decompostos? E a consciência? (Tudo bem, não sabemos exatamente há quanto tempo Missy está armando esse plano, mas ainda assim). Dá pra ter um zumbi, sei lá, do Michael Jackson? Ele pode dançar Thriller? Teremos um easter egg com essa piada?

–  Por que ninguém se importa com o Doutor tentando alertar a população para aqueles soldados-robôs bizarros? Será que a 3W anunciou que os falecidos iam ganhar não um paletó de madeira, mas um de aço?

– A Missy é o Mestre… e o Seb, quem é? Só um cara aleatório que trabalha para ela ou vem mais revelação por aí?

– Tô até agora pensando nas implicações da Missy chamando o Doutor de ~seu namorado~. Sempre achei que tinha caroço nesse angu. #polêmica

– Em Deep Breath tivemos uma menção à escolha do rosto no processo de regeneração. Será que na season finale teremos alguma explicação?

– Em tempo: a Clara viu o rosto da Missy, e não o associou à moça da loja que teria dado o telefone da TARDIS a ela. No mundo real isso significaria que a Clara é gente como a gente e tem uma memória visual ruim. Em Doctor Who é possível que tenha mais coisa a ser dita.

– O quão legal é o logo da 3W refazendo a máscara dos Cybermen? E o quanto precisaram emburrecer o Doutor para que ele não notasse esse ~detalhe~?

– Meus consultores da série clássica (sim, um dia eu chego lá, mas esse dia ainda não é hoje) me avisaram sobre as relações entre a Catedral de St Paul, Cybermen e o segundo Doutor. Você pode ler mais sobre isso aqui.

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Segurem o coração (e as bombinhas, em caso de asma). Semana que vem chegamos ao fim dessa saga! Vai ter Brigadeira, Osgood nerdeando (Osgood melhor personagem, Osgood nos representa), Cybermen zumbis saindo do túmulo, Missy sendo a Missy, Terra em perigo (de novo), e se tudo der certo, a despedida da Clara e do Danny (se bem que há rumores de que isso só vai acontecer no especial de natal). Porque, convenhamos, já deu, né, galera? Hora de seguir adiante, Doutor.

15 pensamentos sobre “Spoilers, Sweetie! S08E11 – Dark Water

  1. Me espantei um pouco com a troca de sexo do Master , mas tudo bem , só imaginei que podia ser a River Song um pouco alterada por ter se sentido abandonada e até mesmo pensei que o céu era a biblioteca onde ela acabou salva , mas realmente o jeito loco combina com o Master , só estranho ele não ficar fazendo aquele movimento com 4 toques que fazia pelo barulho que ouvia , e tem o fator de “namorada” do Doctor ? explica isso ai Doctor ! agora o negócio do Vulcão lembra mesmo Pompéi e como fala no inicio da temporada , ele não entendeu o rosto escolhido , pois percebeu a familiaridade , com certeza com o cara de Pompéia , e vamos ver se explicam ou deixara pra outra temporada

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  2. Eu estou meio que contendo pra fazer qualquer comentário antes de ver como tudo isso acaba.
    Mas já adianto que não estou no time dos que odiaram a mudança de gênero do Master/Missy. Não foi algo que “amei de paixão”, mas estou ok com a situação.
    E concordo que é uma jogada de mestre como “teste drive” para uma possivel mudança de gênero para o próprio Doctor (se bem que acho que isso só vai ocorrer quando a pequena Olive Tennant tiver idade pra pegar o papel – ou seja: não tão cedo).

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  3. Eu gostei do episódio, num geral, mas apesar de AMAR o mestre e gostar do seu retorno, aparentemente, eu não queria ele assim.

    Fui até procurar, porque não lembrava o nome, mas quando começou a coisa da Missy, sugeriram N nomes, entre eles Rani, uma time lady, que é meio como o mestre, sei lá como definir, mas que conviveu tanto com o Doctor como com o mestre

    http://tardis.wikia.com/wiki/The_Rani

    e re-lendo o artigo dela, toda a coisa de cientista maluca, faz sentido com o que estava neste episodio…. Mas parece q o Moffat disse q não a traria de volta (as coisas podem mudar…)
    http://www.blastr.com/2012/08/steven_moffat_explains_wh.php

    pode ser q seja ela, pode ser que seja o Mestre. Eu preferia a Rani, porque já existe o personagem nesse perfil, porque forçar uma regeneração do mestre mulher aqui? para sussegar o povo q reclamava que queria um Doctor mulher?

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    • The Rani seria uma péssima idéia, sinceramente. Pelo pouco que sei dela, ela só apareceu em dois arcos do Classic, e esses dois arcos são considerados algumas das piores histórias de Doctor Who de todos os tempos. É muito diferente re-introduzir um inimigo icônico do Doctor no finale(como foi na terceira temporada) e re-introduzir um inimigo insignificante, só presente em péssimos arcos e que causaria estranhamento da maioria da fandom no finale.

      Pra mim, o Moffat inseriu um Master mulher pra introduzir a ideia de vez no canon antes de uma possível regeneração do Doctor em mulher. Acredito que ele seja a favor de uma regeneração em mulher, só que tem consciência de que isso tem que ser tratado com muito cuidado, já que pode dar muito errado. O Moffat escreveu o “The Curse of Fatal Death”(o especial do Doctor Mr. Bean) que no fim o Doctor se regenera em mulher. As primeiras palavras do Matt Smith no The End of Time(que são de autoria do Moffat) são a primeira vez no canon que é referenciada a possibilidade de uma regeneração em uma mulher, quando ele acha que trocou de sexo quando nota que o cabelo dele é relativamente comprido. Imagino que ele mesmo queira isso, só que está lidando com isso com extremo cuidado

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      • Não sei se é canone, mas certa vez eu li que para um Senhor de Tempo se regenerar e assumir outro sexo, o modo seria se suicidando. Funcionaria como um “castigo” por ter gastado uma regeneração de modo mesquinho.

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      • o que falam da rani não conheço o suficiente, mas quando começou a season, vi tanta gente falando da rani, que não sei.. E mesmo que fosse um vilão desconhecido, dá para repaginar, se o moffat usou aqlas coisas q não lembro o nome no filme de 50 anos e qse ninguem agora conhecia tbm… Foi algo secundário, que daria para ser tbm pq temos cibermens. E pelo que li dela, era muito cientista maluca de um naipe que combinou tanto com o que a Missy tava fazendo

        sobre mudar para mulher, o matt em algum momento comenta que teve essa troca de sexo, e eu juro na minha cabeça criativa, que vi q esse time lord parecia q a cada regeneração mudava de sexo. Acho que foi no episodio da Tardis Sexy…

        Enfim, me incomoda mais colocar o mestre quando já tinhamos um personagem diferente que encaixava no perfil, do que o mestre virar mulher

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      • Na minha opinião (que não vale de nada, btw) é diferente re introduzir um vilão antigo e relativamente desconhecido do clássico em episódios de meio de temporada e ter um vilão desconhecido do clássico como O-Grande-Vilão-da-Temporada-Inteira-que-foi-um-dos-maiores-mistérios-de-Doctor-Who. São momentos diferentes que carregam importâncias diferentes. Sou até a favor da re-introdução da Rani na série atual, só acho que um series finale não é o momento certo para isso. Se for para re-introduzí-la, que o faça no meio da temporada, depois a utilize em um futuro final de temporada. Acho que a revelação foi bem feita, sim, e gostei muito da Michele Gomez no papel. Ela tem mais aquela vibe do Master clássico(pelo ouco que vi dele) do que o Simm, e ela ro8bou a cena em certos pontos do episódio.

        Quanto ao virar mulher, havia duas referências a troca de sexo durante regenerações na série, que são as primeiras falas do Matt Smith no The End of Time e o Corsair no The Doctor’s Wife(epi da Tardis humana). No primeiro, como já falei, o Doctor está inspecionando o novo corpo e acha que virou mulher porque o cabelo dele está longo. No segundo ele menciona um timelord amigo dele que se regenerou em uma mulher.

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  4. Sobre o lance da chave. Acho que é o caso de um sensor de movimento. Se a porta estiver aberta, ela abre com estalar de dedos. Mas uma vez trancada, já era. Só abre com a chave.
    Quanto a Missy ser o Mestre. Vamos ver no que isso dá. Se ela for mesmo o “Mestre”, isso me parece mais uma zoeira. Tipo quando o Coringa fica de viadagem pra cima do Batman. É uma forma desconcertante pra incomodar o outro.

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  5. Eu gostei muito de Dark Water. Achei muito mais simples, e que para mim já respondeu muito mais questões do que os finais de temporada do 11°. Quanto a Missy ser o Master regenerado, apesar de que era uma das teorias dos fans, é muito melhor do sair criando novos personagens, sendo que Dr. Who tem um elenco de personagens riquíssimo para ser revisitado. Quando ela (A Missy) fala que ela é a Timelady que ele abandonou, até cheguei a pensar que pudesse ser a Susan Foreman, ou a Romana, mais a cara do Doutor quando ele ouve que ela é o Master me lembrou essa cena:
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  6. Acho que ainda é cedo pra falar, afinal tem a outra metade do episódio pra vir aí, mas achei o lance da Missy/Master além de condescendente meio “raso”. O Moffat nunca foi muito de ‘aceitar sugestões dos fãs’ e isso era exatamente o que tava todo mundo falando desde a primeira vez em que ela apareceu. Ou então finalmente entendemos como a cabeça do Moffat funciona e isso quer dizer que tá na hora de um novo showrunner (antes que ele dê reboot o universo mais uma vez)…

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  7. “- Em Deep Breath tivemos uma menção à escolha do rosto no processo de regeneração. Será que na season finale teremos alguma explicação?”

    Então, espero que sim, tu viu que na hora que a Clara fala de ir para um vulcão ele faz uma cara meio estranha? Referências a Pompéia talvez?

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